13/01/2025 03:01

Após alguns anos a fazer teatro e depois de ter pisado vários palcos, vivi hoje, no Centro Cultural Campo Maior, um dos piores momentos da minha “carreira artística”.

Não vou entrar em pormenores, no entanto posso adiantar que não teve nada que ver a minha interpretação, nem com a interpretação dos meus colegas, nem com os textos, nem com os técnicos, nem com os espaço, nem com a direcção, nem com a cenografia, nem com os figurinos… Será que alguém sabe o que é que sobra?

12 thoughts on “Adivinha”
  1. Não, Joaquim, desta vez estava com os pés bem assentes no chão 😉

    Sim, João Paulo, eu deixo os gaiatos, claro que deixo… Não os agarro com certeza, nem os aturo.

  2. Fomos sempre educados a pensar que é nas crianças e nos jovens que está o futuro. E é essa crença que nos leva a protegê-los de situações de perigo, indignando-nos vê-los maltratados e discriminados e, no fundo, dando-lhes todo o nosso respeito e consideração.
    Mas, se calhar, andamos a exagerar.
    Assistimos a manifestações atrofiadas por parte dos meninos, a faltas de educação extremamente graves, a uma limitação mental que me assusta, porque na minha geração, por muito atontados que fossemos, reinava a curiosidade e a admiração pelas coisas diferentes. Agora não. Agora ser o bobo da corte é a diversão maior; fazer figuras ridículas é o grande objectivo; não chegar a lado nenhum, ir por esta vida sem “ver” nada.
    É triste!
    Mas a culpa é nossa. Atribuímos demasiada importância à formação de gente que não quer saber, que nao se preocupa. QUE NÃO SABE O QUE É O RESPEITO, que anda pela vida a arrastar os pés porque nao sabe o que é levantá-los. E nós aceitamos – pais, professores, amigos, educadores…
    Aceitamos porque não temos tempo para lhes dedicar (embora os nossos pais também não o tivessem e saímos “normais”), porque pensamos que temos que os ter contentes para não se “deprimirem” (é que agora a depressão nos jovens é uma moda, quando nao lhes fazemos as vontades) e para serem felizes. Felizes? Como? Convivendo com e defendendo a mediocridade? Acho que vamos na direcção certa para fazer tudo mal.
    E se, como adultos, não toleramos faltas de respeito aos nossos pares, também não as devemos admitir a fedelhos mimados.
    Apetecia-me dizer as coisas de outra forma, mas os meus pais, que tinham pouquíssimo tempo para me dedicar porque trabalhavam durante todo o dia, deram-me educação. A eles o meu eterno obrigada.

  3. Já vi, pelo comentário da Paula, que o que te aconteceu tem a ver com “gaiatos”, pois, eu dei-me ao trabalho de copiar um comentário que estava posto noutro lado, porque eu não diria melhor.Fica um pouco comprido mas val a pena.

    Diferenças: 1978 – 2008
    Retire-se o exagero e…

    Vejamos como mudaram os tempos, e…

    Situação: O fim das férias.

    Ano 1978:
    Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana
    puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia
    seguinte vai-se trabalhar.

    Ano 2008:
    Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminamas férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.

    Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.

    Ano 1978:
    Não se passa nada.

    Ano 2008:
    As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira

    Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.

    Ano 1978:
    O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.

    Ano 2008:
    A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.

    Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.

    Ano 1978:
    Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e
    acabam por ir juntos jogar matrecos.

    Ano 2008:
    A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.

    Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.

    Ano 1978:
    Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.

    Ano 2008:
    Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime
    parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

    Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.

    Ano 1978:
    O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.

    Ano 2008:
    Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís
    começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

    Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.

    Ano 1978:
    Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.

    Ano 2008:
    A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia
    de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.

    Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado ‘chocolate’ ao outro.

    Ano 1978:
    Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.

    Ano 2008:
    A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a
    respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.

    Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.

    Ano 1978:
    O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao
    chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque ‘alguma deves ter feito’

    Ano 2008:
    Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.

    disse quase tudo.
    fiquem bem e, isso passa, pra proxima leva uns chocolatinhos

  4. Paula, acho o teu comentário espectacular. Se me deres autorização assim como o Custódio gostaria de o publicar como post no “Maré baixa”.
    Obrigado

  5. Tive oportunidade de assistir a uma parte da peça «Pessoa(s)». Interessante, bem estruturada,optimamente interpretada por actores amadores que,com todo o respeito, nada ficam a dever a profissionais. Lamento profundamente a educação, melhor dizendo, a falta de educação da plateia que, por sinal, era convidada. Que será, num futuro mais ou menos próximo, a vida destes indivíduos que desconhecem o significado de respeito, honestidade, saber estar,etc.? Que os educadores, em especial os PAIS,pensem na felicidade dos filhos, ajudando-os a cumprir regras básicas na sociedade onde estamos inseridos e lhes ensinem o verdadeiro significado da palavra «RESPEITO».Se ainda forem a tempo Parabéns,queridos Pais!

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