As esquerdas

EsquerdasNo cenário político nacional sempre existiram vários tipos de esquerdas. Ponto final.

Mas nos dias de hoje parece-me que começam a querer abusar.

Temos o PS, uma espécie de esquerda soft, muito centrada, com ligeiras (ou até grandes) inclinações para o lado contrário.

Depois, dentro desta esquerda menos esquerda, temos uma esquerda mais alegre e com tendência para descolar da casa mãe porque, ao que parece, não suporta as suas constantes passagens para a outra faixa.

Avançando um pouco mais para a esquerda, aparece-nos o BE, uma força política onde grassam as contradições de um discurso que alterna entre o purismo e o caviar das vernisages.

Aqui chegados, encontramos o PCP, um partido simpático, que vive na sombra das ideias de pessoas que ou são engraçadas (estou-me a lembrar do coreano) ou já morreram há muito tempo (e nesta categoria ocorre-me, entre outros, o cubano).

Depois, lá na pontinha, existe ainda uma esquerda muito de esquerda, representada por partidos cujas siglas são muito complicadas e extensas.

De certeza que esta minha análise do lóbulo esquerdo da nossa vida política tem algumas (vá lá, muitas) falhas, mas no essencial é mais ou menos isto.

Ora, eu, que até sou canhoto e que, por força do hábito, dificilmente deixarei de o ser, (até porque já sou do tempo em que essa tendência não era castigada e reprimida nas escolas à base de reguadas) começo a sentir-me confuso no meio desta, permitam-me o termo, salsalhada.

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