Sim, esse mesmo, o programa da SIC, aquele em que as pessoas denunciam situações que roçam o ridículo. Eu, se pudesse e tivesse meios para isso, fazia um Nós Por Cá mas dedicado aos meios de comunicação social nacionais.
Porque, reparem, seria ou não seria interessante denunciar que uma equipa de reportagem de uma televisão nacional é capaz de fazer várias centenas de quilómetros para mostrar ao país um sinal de STOP mal colocado?
Muitos dirão que este tipo de jornalismo é útil e aproxima as populações aos media e têm razão. Num cenário ideal, os órgãos de comunicação social tratariam o país todo por igual e poderiam, ainda, dar-se ao luxo de nos mostrar sinais de trânsito mal colocados.
Mas, tendo em conta que continuamos a sofrer do síndroma “Portugal é Lisboa, e o resto é paisagem”, que o Eça nos diagnosticou há já mais de um século, a verdade é que me parece um bocadinho petulante que os senhores de Lisboa saiam da sua urbe imaculada para mostrar ao mundo picuinhices de província, quando há por cá tanta coisa bonita, boa, interessante, inovadora, mediática até, que merecia um pouquinho de atenção e para as quais eles se estão, pura e simplesmente, a borrifar.
se fosse para uma coisa boa… miau!
Amigo.
Com todo o respeito. Isso que o senhor pretendia nada mais era que impor uma ditadura. Tudo o que é forçado é contra a vontade própria e é um atentado à liberdade individual.
Já vi em outros caso que o senhor possui umas ideias bem radicais para um estado democrático como o nosso, não sei qual o seu curso, mas acredito que é na área das ciências da comunicação. Ainda assim ainda lhe faço um reparo:
– O programa referido pelo senhor é transmitido num canal participado por fundos privados, o mesmo quer dizer que o senhor não pode “pôr e dispor” na casa dos outros.
– Se o senhor por alguma razão tivesse possibilidade de tirar o programa do ar só porque você achava mal, esse gesto era apelidado de “censura”. Graças ao povo português já não a conhecemos deste 74 e a mim não me faz falta.
O senhor deveria rever os manuais de deontologia jornalística pois se cursou na área deve ter visto os livros de cabeça para baixo.
Saliento ainda que não o estou a atacar a você, mas sim ás suas ideias, nada mais do que um confronto de ideias saudável.
Cumprimentos.
P.S – mesmo que apague esta mensagem a ideia irá chegar ao seu destinatário.
Também com todo o respeito, com calma e por pontos, para sistematizar:
1 – Em momento algum eu sugeri que o referido programa saísse do ar. O que me permiti foi dizer que, se tivesse os meios necessários, faria um programa do género para denunciar o ridículo em que, por vezes, caem os órgãos de comunicação social.
2 – No entanto, se avançasse com uma hipótese desse género, estaria no meu direito enquanto cidadão com opinião e detentor de liberdade individual, não acha?
3 – Como digo no post, um programa com estas características faz todo o sentido, sempre e quando as as necessidades de cobertura e divulgação mediática de outros assuntos (e aqui cabe muita coisa, como é claro) esteja assegurada. No panorama actual é fútil e um desperdício de meios e o facto de ser transmitido e produzido por um canal privado não lhe retira, em nada, dita futilidade. A ideia de que os canais privados, devido à sua condição de não públicos, podem fazer tudo o que lhes dá na telha é um facto, mas isso, por si só, não deve legitimar as suas asneiras aos olhos da sociedade.
4 – Relativamente à sua subtil referência à censura, não me serve a carapuça. Repito que enquanto cidadão que goza de liberdade individual, tenho direito à minha opinião. A não ser que o senhor considere que esta, a minha opinião, por ser diferente da sua é impeditiva do normal funcionamento de um estado democrático como o nosso. Nesse caso, caro amigo, é o senhor que está a incorrer em práticas menos claras no que à liberdade, de expressão, diz respeito.
5 -Sim, a minha formação académica foi feita na área da comunicação e do jornalismo e sim, até li alguns manuais de deontologia e digo-lhe desde já que há por aí muitos que nem lhes puseram os olhos em cima, quando é evidente que deveriam trazer um debaixo do braço para consultar de hora a hora.
6 – Também eu quero deixar claro que não é a si que o estou a atacar, nem às suas ideias, aliás, não o estou a atacar de todo, antes me achei no direito de contrapor algumas palavras às suas.
Cumprimentos.