Este ano, no dia 19 de Outubro, cumprem-se 100 anos sobre o nascimento de Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, Brasil), um dos maiores poetas da língua portuguesa.
A efeméride, que ainda há-de o ser, foi-me avivada pelo excelente Hotel Babilónia do passado Sábado e trouxe-me à memória uma série de poemas e canções que andavam um pouco esquecidas aqui para estas bandas.
Hoje apeteceu-me deixar aqui um dos sonetos do grande Vinicius de Moraes, para ver se não me volto a esquecer dele outra vez…
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor … não cante
O humano coração com mais verdade …
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.