O Super 8 é um formato de película cinematográfica desenvolvido pela Kodak nos anos 60. Nesses anos e nos seguintes o Super 8 gozou de uma enorme popularidade entre as massas que, de repente, viam nas suas mãos a possibilidade de brincar ao cinema, algo até aí reservado apenas aos profissionais. Pese embora tenham existido antes outros formatos de película para uso doméstico, a verdade é que foi o Super 8 que esteve na origem dos home movies que, um pouco por todo o mundo, começaram a invadir as casas dos comuns mortais. E, claro, com o filme foram desenvolvidas as câmaras, os projectores e uma enorme variedade de acessórios que permitiam, de facto, produzir cinema em casa.
Com o advento do vídeo e das suas óbvias vantagens, o filme para uso doméstico foi caindo em desuso, bem como a indústria criada em seu redor.
No entanto, os stocks existentes e todo o material que entretanto tinha saído para o mercado, equipamento de base mecânica com pouca ou nenhuma electrónica, continua por aí a rodar e em boas condições.
E hoje, em pleno Século XXI, na era digital por excelência, o Super 8 começa a ressurgir em força, possivelmente devido a um daqueles arrebatos de nostalgia que tanto caracterizam o ser humano.
Na verdade, num momento em que a indústria do cinema se converteu de vez ao digital, o filme, suporte por excelência do cinema, começa a afirmar-se como um nicho de mercado bastante interessante. Realizadores independentes ou simples amadores estão a recuperar os formatos Super 8 e 16mm, muito mais acessíveis economicamente que os 35 mm, para a realização de pequenos filmes. Tanto assim é que a Kodak lançou em 2010 um novo cartucho de filme Super 8, o Ektachrome 100D.
Sobre o Super 8 há muito que dizer, por exemplo que é um passatempo caro. Um cartucho com 3 minutos de filme custa cerca de 15 Euros e a sua revelação para posterior projecção outros 15, mas a satisfação de ver essas imagens, em nada comparáveis ao vídeo, acaba por recompensar o investimento.
Vejam se lá por casa encontram alguma câmara esquisita, parecem quase brinquedos, ou algum projector doméstico e pode ser que o bichinho do cinema se empertigue convosco como fez comigo.
Ainda não domino a técnica, nem ando lá perto sequer, mas é um autêntico gozo pegar numa dessas câmaras e filmar com o som do motor de fundo, convivendo depois com a espera da revelação e o êxtase da ansiada projeção.
O vídeo que aqui publico é a minha primeira tentativa. Sofrível é certo, sobretudo esta versão digital conseguida através da filmagem da projeção com uma câmara de vídeo muito básica. Daí as cores estranhas e aquela espécie de palpitação da imagem. Projetado, asseguro-vos, tem muito melhor aspecto.
Uau. Adorei o blog. Vai já para a minha lista de favoritos.
Eu também comecei há pouco tempo. Continua o bom trabalho.